Pandemia "não está nem perto do fim", alerta OMS
O diretor da
Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu sobre
a ideia "enganosa" de que a Ômicron é menos agressiva. Ao fazer um balanço da evolução da pandemia,
durante entrevista em Genebra, na Suíça, ele afirmou que a variante continua a
varrer o planeta. "Não se enganem, a Ômicron causa hospitalizações e
mortes, e mesmo os casos menos graves estão sobrecarregando as unidades de
saúde" com números diários que atingem novos recordes na Europa.
A OMS prevê
a possibilidade de outras variantes surgirem, provenientes do crescimento da
Ômicron em nível global. "Novas variantes provavelmente surgirão, e é por
isso que o rastreamento e a avaliação permanecem críticos", afirmou Tedros
Adhanom.
Ele disse
que continua particularmente preocupado com muitos países que têm baixas taxas
de vacinação, já que as pessoas correm muito mais risco de doenças graves e
morte se não forem imunizadas.
O aumento da
transmissibilidade da Ômicron terá impacto, sobretudo, em países com menor taxa
de vacinação, diz Mike Ryan, responsável pela resposta de emergência em saúde
pública da OMS.
"Um
aumento exponencial de casos, independentemente da gravidade das variantes
individuais, leva ao aumento inevitável de hospitalizações e mortes",
acrescentou Ryan.
Pico de
infecções na Europa
As
evidências de propagação da Ômicron por todo o continente são claras, com as
autoridades de vários países europeus registrando novos recordes de infecções
nos últimos dias.
A França
notificou quase meio milhão de casos diários nessa terça-feira (18), quatro
vezes mais que o dia anterior.
A Alemanha
registrou, pela primeira vez desde o início da pandemia, mais de 100 mil novas infecções.
As
autoridades dinamarquesas relataram recorde de 33,49 mil novos casos diários de
covid-19 nas últimas 24 horas. A Itália registrou 228,17 mil novas infecções,
contra 83,4 mil no dia anterior.
Portugal
também teve novo recorde de casos ontem, com mais 43,72 mil infecções e 46
mortes, número maior desde fevereiro. As internações voltaram a aumentar, com
1,95 mil pessoas, das quais 160 em cuidados intensivos.
Na última
semana, a OMS estima que a Ômicron chegou a 18 milhões de novas infecções em
todo o mundo.
Indícios de
abrandamento
A Irlanda
informou que o número de novas infecções começou a cair nos últimos dias. O
ministro da Saúde, Stephen Donnelly, disse à emissora pública RTÉ que as
restrições determinadas no Natal e ano-novo podem ficar mais brandas até o fim
deste mês".
Na Espanha,
a Ômicron também mostra indícios de abrandamento. Autoridades espanholas
afirmaram que novas infecções começaram a diminuir
O Reino
Unido também anunciou queda nos casos diários, e o governo deve rever as medidas
restritivas em vigor, já que os números mais recentes são
"encorajadores".
O diretor da
OMS mantém-se cauteloso e lembra que a Ômicron não é benigna. "Em alguns
países, os casos de covid-19 parecem ter atingido o pico, dando esperança de
que o pior da última onda já passou, mas nenhum país está fora de perigo",
concluiu Tedros Adhanom.
(agenciabrasil.ebc